“Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: Alegrai-vos! O Senhor está perto!” (Fl 4,4-5).
Deus vem para a alegria dos pobres. Estamos na metade do tempo do Advento, este bonito tempo de espera, de vigilância e de mudança de vida em que a Santa Igreja Católica nos convida a abrir os nossos corações para a vinda iminente do Filho de Deus.
O Senhor está no meio de nós, por isso a Liturgia de hoje exulta: “Alegrai-vos, o Senhor está próximo”.
Refletimos hodiernamente sobre a figura do precursor, ou seja, de São João Batista. Hoje, a Liturgia nos faz sair da reflexão da penitência e da conversão e exulta em nossos corações a alegria do testemunho.
Antigamente, o domingo de hoje era denominado Domingo Gaudete, por causa da antífona de entrada que começa com esse imperativo “Alegrai-vos”. O celebrante reveste-se de vestes róseas, anunciando a alegria e a luz que deve permear toda a nossa vida cristã.
A alegria desta Liturgia nos anima a recordar a alegria do povo de Israel que, retornando do exílio no Egito, anseiam por dias melhores, ou seja, esperam pela Boa Nova do Senhor que vem.
Caros irmãos,
A primeira leitura da celebração (cf. Is 61,1-2a.10-11) nos apresenta palavras animadoras, de uma dessas pessoas que surgiram na vida do povo de Deus. Ela preferiu ficar no anonimato e sua mensagem acabou sendo incorporada ao livro do profeta Isaías. Num momento de desolação, um profeta anônimo vem cantando e falando de coisas novas que Deus fará: onde reinava a tristeza, brilhará a alegria; onde campeava a desolação, virá a paz do Senhor; onde grassava o desânimo, vem o ânimo do próprio Senhor, anunciando a virtude básica da vida cristã: que DEUS PLANTARÁ JUSTIÇA ENTRE OS HOMENS E MULHERES DE BOA VONTADE.
Assim, vale a pena recordar Isaías: “Exulto de alegria no Senhor e minh’alma regozija-se em meu Deus; ele me vestiu com as vestes da salvação, envolveu-me com o manto da justiça e adornou-me como um noivo com sua coroa ou uma noiva com suas jóias”.
Amados irmãos,
Problemas todos nós temos. A alegria anunciada é aquela que foi proclamada pelo precursor João Batista, que veio aplainar os caminhos do Senhor: “Eu batizo com água; mas no meio de vós está aquele que vós não conheceis, e que vem depois de mim. Eu não mereço desamarrar a correia de suas sandálias”.
A primeira frase do Evangelho (cf. Jo 1,6-8.19-28) resume a pessoa e a missão de João Batista: é um homem, diferentemente de Jesus que, desde o início, é chamado de Filho de Deus. É um enviado de Deus, isto é, um profeta, que falará em nome de Deus aos homens.
Jesus também se dirá enviado (Jo 3,34), mas falará com autoridade própria e se identificará com o Pai (Jo 10,30). Chama-se João, que quer dizer “Deus usa de misericórdia”. A missão de João é proclamar que a misericórdia divina se encarnou na pessoa de Jesus de Nazaré, que veio “tirar o pecado do mundo” (Jo 1,29).
João Batista veio dar uma sacudida no povo de Deus, por isso ele é profeta que anuncia a palavra de Deus e dá a sua vida por este projeto de salvação. João se preocupou com o testemunho do Senhor que virá, abrindo como precursor os seus caminhos. João certamente deu testemunho de uma verdade: “Que Ele cresça e eu diminua”.
Aí está, pois, a novidade de ser cristão e de ser católico: que o clero e as lideranças do povo reconheçam a sua miséria e deixem que Cristo encaminhe e guie as comunidades para a vivência da alegria e do gozo do Senhor que vem.
João Batista nos deixou um testemunho brilhante de humildade e também de fé absoluta em Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele não se intitulou Messias, mas sim precursor, o que abre os caminhos. João Batista não disse uma palavra a seu respeito, mas somente a respeito do que Vem. O seu papel era apontar o caminho da salvação, proclamando a grandeza daquele que estava por vir, ao mesmo tempo em que se punha no seu lugar, sabendo que sua missão era só de abrir as veredas. João Batista aponta as luzes para o mundo, mas parece que o mundo não quer conhecer a luz que é Jesus, como ele próprio lamentou depois: “A luz veio a este mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que luz” (Jo 3, 19).
Caros irmãos,
A Segunda Leitura (cf. 1Ts 5,16-24) nos apresenta a alegria e a ação de graças sempre. São Paulo envia uma exortação aos Tessalonisses para que a alegria e a contínua ação de graças sejam a nota determinante desta comunidade eclesial, pois é para ver-nos assim felizes que Deus nos fez participar do Evento de Jesus Cristo. Daí, as orientações práticas para a querida comunidade eclesial: não apagar os dons do Espírito Santo, avaliar tudo e guardar o que serve, eliminar todo o mal. Termina a carta com um voto ou ósculo da paz, o que significa a perfeição escatológica, pois Deus é fiel.
Irmãos,
Alegrai-vos! Alegrai-vos sempre no Senhor, incessantemente.
Todos nós somos convidados a examinar nosso relacionamento com Deus, afastando-nos do espírito do mal e nos aproximando do espírito de Deus, o espírito do bem e da paz, conservando a santidade de vida e de estado,
A razão desta alegria está enfeixada na segunda leitura: o que Deus quis, afinal, com Jesus Cristo e sua obra é que sempre possamos estar alegres e agradecidos a Ele. Ser felizes e animados pelo projeto do Evangelho é a nossa missão.
Na Igreja, muitos são os carismas, mas todos convergem para Jesus Cristo. O importante de hoje não é somente a conversão, mas é iluminar a sociedade com a fé que vem de JESUS CRISTO LUZ DO MUNDO, DANDO TESTEMUNHO DESTE JESUS, ÚNICO CAMINHO DE SALVAÇÃO, DESEJOSO DE VER AQUELE QUE ESTÁ NO MEIO DE NÓS, COMO SALVADOR E VIVIFICADOR.
Que a Festa do Natal que se aproxima nos faça cada vez mais abertos, especialmente ao apelo de nossos Bispos que hoje pedem a nossa generosa participação na campanha da evangelização. Ajudando, desta forma, as necessidades da Igreja no Brasil, estaremos fazendo com que o Natal se realize cada vez mais digno nas Igrejas irmãs, pobres e necessitadas, carregando as sementes da Esperança que se renovam a cada NATAL DO DIVINO INFANTE.
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